O sonho da ficção científica de usar o poder cerebral para se mover ou se comunicar está mais próximo, sugerem dois estudos sobre a interface da tecnologia de computador cerebral, que serão publicados na edição de quinta-feira da revista científica 'Nature'.
Segundo os cientistas, avanços feitos em protética neuromotora poderiam resultar em uma forma revolucionária de possibilitar a pessoas com danos cerebrais ou espinhais se movimentar, comunicar e manipular objetos.
No primeiro estudo, conduzido por Leigh Hochberg, do Hospital Geral de Massachussetts, e por John Donoghue, da Universidade de Brown, um jovem de 25 anos, paralisado após uma lesão na medula espinhal três anos atrás, conseguiu abrir seu correio eletrônico, operar uma televisão e fechar a mão protética --tudo com a força do pensamento.
O rapaz teve implantados no cérebro 96 sensores com eletrodos na altura do córtex motor. Cada pensamento gerou milhões de sinais neuronais que foram captados pelos sensores, decodificados e processados por um computador, finalmente traduzidos em comandos de movimentos.
'Estamos vendo que, até mesmo anos depois de uma lesão na medula espinhal, os mesmos sinais que originalmente controlavam um membro estão disponíveis e podem ser utilizados', destacou Hochberg em um comunicado publicado pelo Hospital Geral de Massaschussetts.
A tecnologia, denominada BrainGate Neural Interface System, não é pioneira em usar o implante cerebral de uma prótese neuromotora, lembrou o cientista Stephen Scott em um comentário para a "Nature", embora tenha destacado que seus criadores têm demonstrado os resultados mais avançados até agora.
Em um segundo estudo realizado com dois macacos, Krishna Shenoy e Gopal Santhanam, da Universidade de Stanford, descobriram que poderiam acelerar a transmissão de dados usando próteses neuromotoras para que pessoas paralisadas pudessem se comunicar à velocidade de até 15 palavras por minuto.
Os avanços consideráveis não significam, no entanto, que a tecnologia cérebro-computador esteja pronta para o uso comum. Scott alertou haver "problemas consideráveis" a solucionar, como descobrir uma forma de extinguir os fios para reduzir os riscos de infecção.
Fonte: Folha Online
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