´Foi um privilégio trabalhar com dois pilotos que conquistaram, juntos,
seis títulos mundiais, três cada um´, disse o italiano Giorgio Ascanelli
Em 1990 e 1991 Giorgio Ascanelli foi o engenheiro de pista de Nelson Piquet, na Benetton. Nas duas temporadas seguintes, de Ayrton Senna, na McLaren. Mais tarde, na Ferrari, ocupou-se de pesquisar tecnologias de vanguarda.
Ascanelli passou, de um instante para o outro, do passado para o futuro. Agora voltou ao presente. Assumiu no GP da Malásia a direção técnica da Toro Rosso.
Neste sábado, no circuito de Sakhir, no Bahrein, lembrou de belos momentos ao lado de Piquet e Senna, além de abordar os arrojados rumos técnicos que a Fórmula 1 seguirá em breve.
"Foi um privilégio trabalhar com dois pilotos que conquistaram, juntos, seis títulos mundiais, três cada. Cada um no seu estilo de pilotar, encarar a vida, mas profundamente capazes", disse, e acrscentou: "A relação com Nelson, na pista, era quase de engenheiro para engenheiro, enquanto com Senna foi mais intensa."
Ascanelli dá mais detalhes, demonstrando certo saudosismo: "Senna conseguia manter um nível de concentração elevadíssimo, por longo espaço de tempo." Tornaram-se amigos.
Sua experiência lhe deixou um grande ensinamento: "O componente mais importante de uma equipe de Fórmula 1 é o piloto." Com mais ou menos tecnologia disponível, não importa, Ascanelli repassa a esses profissionais o maior peso pelo sucesso na competição.
"O monitoramento do carro, hoje, é impensável se comparado há algum tempo, mas a informação proveniente do piloto é a mais importante para o engenheiro." Portanto, defende, pilotos sensíveis às reações do carro eram, são e serão sempre essenciais. Seu desafio, agora, é fazer a Toro Rosso crescer. "As atribuições são menores, hoje, há muito mais gente nos times. Minha função será tomar as decisões certas nas horas certas, ser o guia do grupo."
Ascanelli com toda certeza discutirá com Gerhard Berger, sócio e diretor geral do time, a questão dos pilotos. Vitantonio Liuzzi e Scott Speed são os titulares. "Os vejo muito motivados, apesar da falta de experiência." Dá a entender preferir pilotos de competência já comprovada. Liuzzi e Speed têm contrato apenas até o fim do ano.
A próxima grande contribuição da Fórmula 1 na área tecnológica será a recuperação de energia. O calor dissipado pelos freios e a energia cinética dos gases emitidos pelo escapamento são exemplos de sistemas que deverão concentrar elevada atenção dos técnicos, explica Ascanelli.
O presidente da FIA, Max Mosley, já adiantou que os motores turbo regressarão à Fórmula 1 e haverá um revolução da área de combustíveis. A partir de 2011 deverão, provavelmente, ser 100% de origem renovável.
Fonte: estadao.com.brMarcos Lima - " Nós somos a soma das nossas decisões."
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